Em que ponto pensar demais em sexo pode se tornar um problema de compulsão sexual?
Hiperssexualidade – também chamada de vício em sexo ou comportamento sexual compulsivo – é um problema que algumas pessoas têm de controlar os impulsos sexuais ao ponto de isso causar transtornos na rotina e causar sofrimento.
Porém, como identificar a linha que separa uma pessoa que gosta muito de sexo da pessoa com desejo incontrolável por sexo?
Apesar do diagnóstico às vezes complicado é possível identificar alguns comportamentos relacionados.
É comum para a maior parte das pessoas gostar de sexo, de intimidade, de ter e de dar prazer. É super normal também sentir mais desejo em certos momentos da vida. Bem como não tem nada de errado que umas pessoas tenham mais apetite sexual que outras.
Contudo, quando começa a haver uma falha no controle de impulsos sexuais intensos e repetitivos, podendo interferir no trabalho, na vida familiar, no relacionamento com amigos e na capacidade de administrar as responsabilidades diárias, e ainda causando angústia, então isso se torna uma questão que precisa ser cuidada.
Por exemplo, o indivíduo se esforça para se controlar, mas no fim não consegue e precisa ir ao banheiro da firma se masturbar várias vezes ao dia, atrapalhando seu desempenho e produtividade. Ou então, para obter satisfação sexual imediata, a pessoa busca outras parcerias, deslocando suas prioridades, o que pode levar a problemas no relacionamento.
Segundo estudos do Ambulatório do Impulso Sexual Excessivo e de Prevenção aos Desfechos Negativos Associados ao Comportamento Sexual – AISEP do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP, as pessoas com compulsão sexual:
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60% sofreram abuso sexual na infância;
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Apresentam alta prevalência de ansiedade, depressão e risco de suicídio;
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Os níveis de ansiedade e depressão favorecem a prática do sexo sem proteção.
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Características de personalidade relacionadas a não valorizar em primeiro lugar a própria integridade física e psicológica se correlacionam a maior frequência de prática sexual sem proteção.
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Quando estão estimulados sexualmente, os indivíduos com comportamento sexual compulsivo apresentavam pior rendimento intelectual do que os indivíduos que não apresentam este comportamento.
Vale lembrar que a Associação Americana de Psiquiatria não considera a hiperssexualidade um transtorno mental. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) a reconhece como um transtorno de controle do impulso.
Tem tratamento?
Ter a libido alta e ter vontade de ter relações com frequência não quer dizer que tenha algo de errado. Desde que isso não cause angústia e prejudique a rotina, está tudo bem.
Entretanto, se você sente que seus impulsos sexuais estão fora de controle, interferindo na sua rotina e lhe causando dor, não deixe de procurar o apoio de um profissional de saúde.
De acordo com a AISEP, há indícios de melhora com uso de medicamentos e psicoterapia. Aliás, o tratamento poderá ajudar a prevenir e reduzir IST’s, a evitar situações de risco financeiro e legal relacionadas ao comportamento sexual, vai ajudar também com as dificuldades no trabalho e com o prejuízo emocional causado aos parceiros e familiares. Por fim, vai levar a uma melhoria da qualidade de vida.
Então, se sentir que precisa, busque ajuda profissional ;)
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