Falo muito aqui sobre parafilias, e hoje quero deixar bem claro a diferença entre parafilia e transtorno parafílico.

A parafilia existe quando a pessoa só consegue a obtenção de prazer com certos tipos de objetos, situações ou lugares, de forma intensa e persistente. São padrões de fantasias ou práticas sexuais que fogem ao que a sociedade considera convencional ou habitual.

Importante: a parafilia não é considerada um problema se as pessoas envolvidas concordam em praticar e não há prejuízo físico ou psíquico para nenhuma das partes.

Se a parafilia causa sofrimento no indivíduo parafílico, passa a ser considerada um transtorno parafílico. Se para se satisfazer, acaba causando danos e riscos a outras pessoas, também é caracterizada como transtorno. Quem sofre desse problema dificilmente consegue levar adiante uma relação duradoura com sua parceria (ou tem dificuldade até de começar uma relação!), que pode se sentir como mero objeto ou como desnecessária na relação. Além disso, a angústia causada pelo transtorno, seja por um sentimento de culpa ou por ver a reação de outras pessoas, poder levar a prejuízos em outras áreas da vida além da pessoal, como nas relações sociais e até profissionais.

Os homens são mais afetados pelo transtorno e é comum que eles apresentem mais de um transtorno parafílico ao longo da vida.

 

Alguns transtornos parafílicos comuns são a pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo e o frotteurismo.

 

Vale lembrar que: (1) quem tem parafilia não necessariamente tem transtorno parafílico, mas quem tem o transtorno tem sim alguma parafilia (geralmente tem mais de uma); e (2) o transtorno parafílico tem tratamento e a pessoa pode retomar sua vida.

Para se chegar ao diagnóstico é feita uma avaliação clínica, psicológica, neuropsicológica e psiquiátrica muito detalhada. O tratamento é feito com medicações (como antidepressivos) e psicoterapia.

O tratamento psicoterapêutico terá como objetivo entender a história de vida e as possíveis causas para o desenvolvimento do transtorno. Além de auxiliar o paciente a controlar o impulso parafílico e trabalhar também o desenvolvimento de um desejo sexual por um objeto adequado (ser humano, adulto, vivo e que consinta aquela relação).

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