A ciência ainda tem muito o que explorar sobre os efeitos neurológicos do consumo de pornografia, mas algumas descobertas importantes já foram feitas.
Você curte ver pornografia? Acha que assiste muito ou pouco, está sob controle?
Como tudo na vida, o consumo de pornografia também tem o lado bom e o lado ruim. Um casal que esteja com a relação morna pode assistir pornô para estimular e apimentar a vida sexual. Às vezes um pornhub da vida também serve como válvula de escape para desestressar depois de um dia tenso.
Porém, quando essa válvula de escape é acionada com muita frequência, o indivíduo pode acabar desenvolvendo vício em pornografia. Como uma droga mesmo, a recompensa neste caso é a rapidez em conseguir se masturbar e atingir o orgasmo praticamente quando e quantas vezes quiser – principalmente no início -, e de forma fácil, gratuita e privada.
Só que, como todo vício, com o passar do tempo a pessoa vai sentindo necessidade de ver cenas cada vez mais impactantes ou não convencionais para conseguir se excitar.
Vale ressaltar que o próprio site Pornhub revelou em 2017 que as buscas por temas como incesto e violência têm crescido, enquanto o interesse pelo convencional vem caindo.
Além do vício, outro problema de se consumir muita pornografia é criar expectativas irreais de si, da parceria e do relacionamento. Aliás, o receio de não performar bem na frente da parceria (devido ou não a uma disfunção sexual) pode levar algumas pessoas a preferirem ver vídeos pornôs a transar, já que dá para gozar (ou falhar) vendo pornô sem sofrer julgamentos.
A pornografia é muitas vezes companheira de quem sente solidão, está deprimido, entendiado, ansioso – assistir um filme pornô se masturbando oferece um alívio temporário desses sentimentos.
Consumir pornô pode ser divertido, despertar desejo, dar prazer, desinibir. Mas se isto se torna uma dependência e traz sofrimento psicológico ou até uma disfunção sexual como consequência, é fundamental procurar tratamento.
E o assunto não acaba aí…
O impacto no cérebro
A ciência ainda tem muito o que explorar sobre os efeitos neurológicos do consumo de pornografia.
Sabemos que ela pode ser benéfica, quando há um uso saudável, controlado.
Mas também já é de nosso conhecimento que a pornografia pode prejudicar a saúde mental e sexual, e que seu consumo exagerado pode levar ao desenvolvimento de uma compulsão.
Mas há outras consequências.
O desencadeamento de disfunções sexuais – ocorre principalmente a disfunção erétil -, e uma interferência negativa na relação com a parceria são só a ponta do iceberg.
Vivemos na era da internet, nunca foi tão fácil consumir pornografia. E durante o confinamento da pandemia esse consumo disparou.
Hoje já se sabe que o consumo de pornografia mexe com uma região do cérebro chamada de córtex pré-frontal (Fontes: Muller, Kendra J. (2018) “Pornography’s Effect on the Brain: A Review of Modifications in the Prefrontal Cortex,” Intuition: The BYU Undergraduate Journal of Psychology; Hilton DL, Watts C. Pornography addiction: A neuroscience perspective. Surg Neurol Int 21-Feb-2011;2:19).
É onde ocorrem as funções executivas, como controle da atenção, do raciocínio, do comportamento, da força de vontade, dos impulsos, da tomada de decisão.
Não nascemos com o córtex pré-frontal pronto – seu desenvolvimento é bem lento na verdade. Nas crianças ele é subdesenvolvido e por isso para elas é difícil controlar impulsos e emoções.
Acontece que o consumo de pornografia, quando há uma adição, causa danos ao córtex pré-frontal. E quando isso acontece na fase adulta a pessoa pode começar a ter comportamentos compulsivos e a perder o controle, inclusive sobre questões morais, além de poder tomar atitudes imaturas, que não condizem com sua idade, e até ter dificuldades em fazer escolhas.
Em outras palavras, a massa cinzenta do córtex pré-frontal diminui de tamanho e o adulto volta a ter um cérebro mais juvenil.
Por isso, se acha que está exagerando, que pode estar desenvolvendo um vício, o suporte de um terapeuta sexual vai poder ajudar muito.
Como diminuir o consumo de pornografia
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Busque apoio de um profissional especializado em sexualidade, como um terapeuta sexual: isso será importante não só para o controle da compulsão como para outras questões de saúde mental, e para tratar possíveis disfunções sexuais;
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Use a criatividade para incrementar a transa rotineira: proponha à parceria o uso de sextoys ou testarem novas posições;
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