Cigarro eletrônico, vape, pendrive, pod, e-cigarette. São muitos os nomes.
Você deve conhecer alguém que usa cigarro eletrônico. Segundo o Datafolha, “3% da população acima de 18 anos faz uso diário ou ocasional de cigarros eletrônicos”. É bastante gente.
E você sabia que homens com idades entre 20 e 65 anos que usam vape diariamente têm mais que o dobro de chances de desenvolver disfunção erétil?
O estudo, que analisou quase 46 mil norte-americanos maiores de 18 anos, foi publicado no American Journal of Preventive Medicine no fim de 2021.
Mesmo excluindo pessoas com colesterol alto, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, que são fatores de risco para a disfunção erétil, e também pessoas com histórico de tabagismo, os cientistas encontraram uma associação muito forte entre cigarro eletrônico e disfunção erétil.
Já “vapers” com histórico de problemas cardíacos têm três vezes mais propensão a ter disfunção erétil, segundo o mesmo estudo.
Será que o cigarro eletrônico, que muita gente começou a usar para diminuir o tabagismo, está se tornando um outro vício?
Uma epidemia
Alguns já dizem que o uso do cigarro eletrônico já virou uma epidemia, principalmente entre os jovens.
Nos Estados Unidos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, mais de 2 milhões de crianças do ensino fundamental e médio dizem que usam cigarros eletrônicos.
Ainda de acordo com a pesquisa, um quarto dos jovens dos EUA – cerca de 500.000 – afirmaram usar o vaper diariamente.
Os números podem ser de lá, mas é fácil constatar essa realidade por aqui também.
Fatores que ajudam no vício
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É mais palatável
Muita gente reclama do cheiro, do sabor e do gosto ruim que o cigarro convencional deixa na boca, na roupa, no ar, e com o vape isso não existe, por isso ele é mais palatável.
Aliás, a pesquisa descobriu também que 3/4 dos adolescentes preferem os cigarros eletrônicos com essência. O problema é que não se inala apenas vapor e água ‘saborizada’.
O processo de vaporização transforma as moléculas dos aditivos, aromas e solventes e isso traz danos ao trato respiratório e vasos sanguíneos.
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É cool
As mídias sociais têm ajudado muito na disseminação dessa ‘epidemia’ do cigarro eletrônico. A hashtag #vaper no TikTok já tem mais de 1.3 bilhões de visualizações.
Se é uma ‘trend’, a modinha do momento, os adolescentes querem estar dentro.
Acontece que pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia descobriram que fumar apenas uma vez já reduz o fluxo sanguíneo e prejudica a artéria femoral, que leva sangue para coxa e perna.
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Sem nicotina?
Estudos também têm identificado que mesmo vapes que dizem não conter nicotina, contém traços da substância. Substância essa que causa muita dependência.
Outro problema é que a quantidade de nicotina que entra no organismo pode diferir da quantia divulgada no rótulo do produto.
O aparelho, o aquecimento, como o calor é gerado, podem alterar os níveis de nicotina que realmente a pessoa inala.
Disfunção erétil temporária ou permanente?
Como contei no início deste texto, já está comprovado que o uso do cigarro eletrônico aumenta as chances de disfunção erétil.
O que ainda não se sabe é se parando o uso do cigarro eletrônico a disfunção vai embora, ou se é um efeito permanente.
Mais estudos precisam ser feitos para entender os riscos a curto e longo prazo.
Se você não fuma cigarro convencional, não comece a usar o eletrônico. Ele traz efeitos adversos ao organismo e tem elementos viciantes.
Agora, se você usa o vape para diminuir o consumo de tabaco, use com cuidado e moderação. Mas o melhor mesmo é ter apoio de profissionais da saúde para sair da dependência.
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