O cérebro humano é uma caixinha de surpresas. A princípio até diríamos que dor e prazer são coisas antagônicas. Mas será?

A princípio também afirmaríamos que esse lance de sentir dor é loucura e o normal seria fugir de qualquer situação que possa causar alguma dor. Mas será assim com todo mundo? Na verdade, a dor é o combustível de prazer para muita gente – vide os praticantes de sadomasoquismo no BDSM (o sádico tem prazer em causar dor física ou emocional e o masoquista em sentir dor, física ou emocional também).

Para começar, tanto a dor como o prazer acionam os mesmos mecanismos no sistema nervoso central – a dopamina e a endorfina, por exemplo, são produzidas tanto numa situação de dor como de prazer.

E justamente a endorfina tem o poder de aliviar a sensação de dor muito melhor do que um analgésico comprado em farmácia e ainda gera uma sensação de euforia. Com certeza você já sentiu alguma dorzinha ou incômodo em alguma transa, na hora de uma penetração mais vigorosa, na prática anal, numa pegada mais forte, mas a excitação do momento era tanta que você deixou continuar, tanto pelo próprio prazer ou para ver o prazer da parceria. Ou seja, a dor acabou se transformando em prazer. Essa é a endorfina trabalhando. (E esse pode ter sido seu momento sadomasoquista, mesmo você não sendo um praticante do sadomasoquismo.)

Há também, claro, o fator psicológico – as pessoas continuam mesmo com dor por saberem que aquela dor também lhes proporciona um grande prazer e que no fim não vai lhes causar danos. Para outros ainda, o prazer pode estar em passar pela dor para enfim sentir o alívio.

Houve inclusive um estudo no qual foram avaliadas imagens de tomografia computadorizada do cérebro de mulheres enquanto se masturbavam, que mostrou que dentre as mais de 30 áreas ativadas, algumas eram relacionadas à dor. Além disso, o mesmo autor deste estudo observou que as expressões faciais durante o orgasmo e durante uma dor não podem ser distinguidas. Por fim, há também pesquisas que indicam que analgésicos diminuem a libido.

Saindo do contexto sexual, podemos fazer uma correlação entre dor e prazer com situações do dia-a-dia, como a dor que sentimos num exercício físico intenso ou fazendo uma tatuagem.

O sexo também é uma caixinha de surpresas, não é mesmo?

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